Numa impressionante demonstração de física ajudada por material comum de escritório, pesquisadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, Estados Unidos, demonstraram que é possível produzir raio-X ao desenrolar fitas adesivas.
O próximo passo: fusão nuclear. "É algo que pretendemos fazer", disse Seth Putterman, professor de física na universidade. "E acho que vai funcionar". Mas para começar eles escolheram o raio-X.
Na edição mais recente da revista ´Nature´, Putterman e a sua equipa reportam em artigo que feixes surpreendentemente fortes de electrões foram gerados quando a fita adesiva foi desenrolada, e quando o seu adesivo gosmento se liberou da superfície da fita. As correntes elétricas, por sua vez, geraram picos intensos mas curtos de raios-X - cada surto registrado durou cerca de um bilionésimo de segundo e continha cerca de 300 mil fótons de raios-X.
"É como se fosse uma espécie de efeito relâmpago em escala microscópica", disse Putterman. Os cientistas chegaram até a demonstrar que os raios-X tinham brilho suficiente para permitir a obtenção de imagem em raio-X de um dedo. Isso não significa que os suportes de fita adesiva encontrados em escritórios agora possam ser usadas como máquinas de raio-X portáteis.
O fenómeno só foi observado quando a fita é descolada do rolo num ambiente de vácuo. Alguma coisa existente no ar, possivelmente a sua humidade, causa curto-circuito aos raios-X. e evita a reacção em condições atmosféricas.
Não se trata de um trabalho sem precedentes. Em 1939, cientistas demonstraram que descolar a fita do rolo emitia luz, uma experiência que qualquer pessoa pode reproduzir dentro de um armário escuro. Mas os fótons da luz visível tem cerca de 10 mil vezes menos energia que os de um fóton de raio-X.
The New York Times
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